Diário de um semi-deus

Ah, sinceramente. Vamos pular as formalidades desnecessárias. É simplesmente perigoso ser um semideus, perigoso mesmo, tipo um minotauro te atacar no banheiro de um shopping. Bem, meu nome é Jack Flechter, um dos únicos inderteminados do Acampamento Meio-Sangue. Mas eu não me importo. Hologramas coloridos giratórios super maneiros não são a chave para a felicidade. Eu acho, mas é melhor pensar isso pra não me deprimir.

Eu estava ali, avoado, testando um peitoral de couro qualquer para a caça a bandeira do dia seguinte e dando uma olhada em alguns arcos. Então senti um toque no meu ombro. Um sátiro, cujo nome não me lembro agora, me disse para ir para a casa grande, e depois foi embora. Sorri. Casa grande significava missão, e missão era simplesmente uma das melhores partes de ser semideus. Larguei a armadura ali mesmo e corri para a casa grande.

Lá dentro, estava Lara Helen, filha de Zeus, e Quíron. Ele parecia estar ensinando ela a jogar cartas. Puxei uma cadeira e me sentei, observando os dois.

-Qual é a missão, Quíron? – Estava empolgado. Talvez estivéssemos indo matar a medusa, ou indo parar uma invasão de minotauros ou qualquer outra coisa estupidamente legal. Para minha surpresa, Lara estava com a cara fechada, como se estivesse muito decepcionada.

-Que bom que perguntou meu jovem. Será uma missão muito gratificante! – Quíron levantou uma das mãos.

-Vamos buscar meu irmão. Weeee. – Lara interrompeu e falou com tanta desanimação que eu poderia ter chorado. E dois milésimos depois, eu estava com a mesma cara que ela. Como assim? Vamos escoltar um filho de Zeus? Só isso? Vi Crazy Bony, o filho de Hades aparecendo do nada, de uma sombra qualquer no canto da sala.

-Quíron, você está realmente muito errado se acha que eu vou ser babá do Alex. – Ele rolou os olhos. – Desculpa aí, cara, mas por que não manda um sátiro? Mande aquele lá, aquele que sempre trás ele, o... O... Aquele sátiro lá! – Rimos. – Isso foi idéia de Zeus, não foi? Sem ressentimentos, Lara.

-Fique a vontade, Crazy. – Assim que Lara terminou de falar, um trovão atingiu a varanda. – Tá, desculpa pai. E Quíron, por que ainda estamos aqui? Já temos três, podemos ir logo.

-Ainda faltam mais semideuses, Lara.

-Mais semideuses? Ótimo, vamos mandar uma comitiva de pobres coitados pra servir de babá pro filho do grande pára-raios divino! – Rimos, e dessa vez nenhum raio veio em nossa direção. Na verdade, Miley entrou esbaforida e sorridente.

-O que tá rolando, pessoal?

-Vamos escoltar o Alex até aqui. – Crazy falou com o sorriso mais cínico do universo, e o sorriso de Miley sumiu, o que só serviu para rirmos mais.

-Vão, semideuses.

-Ahn, Quíron, onde ele está mesmo?

-Lótus Cassino. Junto com alguns companheiros de missão dele.

-Para Vegas, baby! – Crazy correu para uma sombra e sumiu.

-Crazy, volte já! – Um Crazy emburrado foi cuspido das sombras do canto da sala. Todos reviraram os olhos, enquanto Argo tentava carregar todas as mochilas para dentro da van azul, enquanto o seguíamos. Passamos grande parte da viagem brigando para jogar no celular do Argo, mas quando a bateria acabou a felicidade foi embora.

-Vocês todos, semideuses. – Argo começou. – Vocês não podem comer nada que ofereçam pra vocês. Nada mesmo. Deve ser o terceiro time enviado pra essa missão, mas nenhum deles volta.

-Claro que nenhum deles volta. Eu não voltaria se fosse mandado pra esse desgosto de missão. – Crazy estava de cabeça pra baixo enquanto falado, e Argo rolou todos os olhos quando viu ele pelo retrovisor.

-Não, Crazy. Eles não voltam por que é como se o tempo não passasse dentro do cassino. E é realmente maravilhoso lá dentro. E por favor, sente-se direito, está me incomodando.

-Você é chato, Argo. – Depois dessa frase, o resto da viagem foi silêncio. Argo dirigiu até estarmos no meio do nada, e parou sem avisar.

-Daqui vocês descem senão não terei mais gasolina para voltar ao acampamento. - Ele apontou para um ponto no meio do chão rachado, onde tinha uma carruagem com vários cavalos. – Ali está seu transporte. Miley vai guiar e cuidar para que a biga não saia do caminho, e Lara, garanta a segurança de vocês no céu, ok?

-Eu não sei do que você está falando, Argo, mas ok, eu vou garantir a segurança! – Todos saltaram do carro, e tivemos que ir andando até a tal carruagem enquanto o carro do acampamento se afastava de nós. Quando chegamos mais perto, Miley simplesmente saiu correndo e falando com o nada. Todos nós nos entreolhamos.

-A Miley enlouqueceu. – Falei pondo as mãos nos bolsos.

-Louca como um bagre. – Rimos da frase do Crazy.

-Ei, tenham respeito. É nossa prima, Crazy! – Quando chegamos mais perto, Miley começou a falar.

-Esses aqui são o Crayon, o Smut, a Winged e o Kellogs! – Ah, cara. A Miley estava nos apresentando aos cavalos. Crazy estava certo. Louca como um bagre.

-Sempre pensei que Kellogs fosse o tigre da Sucrilhos. – Falei sem pensar, e todos menos a Miley riram.

-Sem ofensas, mas eles são cavalos! – Crazy a chacoalhou pelos ombros. – Cavalos!

-Gente... Não são cavalos. São pégasos. – Eu já estava preparado para dizer “E eu sou o professor Girafales”, quando o cavalo branco, Winged, se empinou sobre as patas traseiras e abriu a asas majestosamente.

-Olha, a Miley consegue falar com cavalos-gaivota. Que ótimo, não? – Rimos e Miley empurrou Crazy enquanto lhe dava um olhar muito assassino.

-Subam logo, antes que eles desistam de nos ajudar. – Obedecemos, e Miley se sentou na frente e tomou as rédeas. – Prontos? – Ela nem nos deixou falar, e os pégasos saíram voando a uns 300 por hora, e eu, Lara e o Crazy gritamos. E eu tive uma leve impressão de que a Miley estava rindo de nós, lá na frente

Aviso apra os leitores:

Depois de gritarmos loucamente, como se estivéssemos em uma montanha russa supersônica, a viagem foi até divertida. Era realmente legal passar por dentro das nuvens. Já era de noite quando chegamos a Las Vegas. Miley pousou em cima de um prédio que ficava à beira de um letreiro que eu não conseguia ler. Maldita seja a porcaria da dislexia.

-Vamos, saiam logos, eles têm que ir embora. – Miley praticamente nos expulsou, e desatrelou a carruagem dos pégasos que imediatamente voaram pelo mesmo caminho que viemos.

-Miley, você deveria ter os deixado ir embora depois de eles nos colocarem no chão. – Falei, e ela pareceu bastante desconcertada.

-Bem, eu estava pensando se a Lara podia... Sabe, nos deixar lá embaixo. – Lara arregalou os olhos e sai de perto de Miley, por questões de segurança.

-Eu não posso carregar essa cambada toda! Voar é uma coisa difícil e cansativa quando você não tem pégasos trabalhando pra você! – Depois disso, as duas começaram a falar ao mesmo tempo, e eu não entendi mais nada. Aquilo já durava uns três minutos.

-Parem você duas! – Crazy fez um muro de terra entre as duas. – Estamos numa missão, somos um time e principalmente, somos todos parentes, de algum modo estranho! Temos que nos ajudar. –Elas pararam de falar. – Melhor assim. Eu levo o Jack e a Lara leva a Miley. De acordo? – Só balançamos a cabeça afirmativamente. Crazy me guiou até uma sombra qualquer, e tudo ficou escuro quando eu pulei lá dentro.

-Seu discurso foi realmente inspirador, Crazy.

-Gostou? Vi aquilo num anime. Não pensei que funcionasse tão bem assim na realidade. – Ok, Crazy havia acabado de estragar seu momento discurso sentimental. Fomos cuspidos na frente do cassino, e Lara e Miley estavam nos esperando.

-O plano é o seguinte, entramos e- Crazy não terminou de falar, e Miley arrastou todo mundo para dentro do cassino. Pegamos os cartões que eles estavam nos oferecendo. Olhei para Lara e Crazy. Eles estavam boquiabertos, assim como eu. Aquele lugar era simplesmente... WOW!

Estávamos deslumbrados demais para lembrar que tínhamos uma missão, ou que Miley tinha sumido, ou nossos sobrenomes. Corremos pelos corredores, cercados de jogos eletrônicos de alta tecnologia. Então, veio um garçom segurando uma bandeja cheia de doces, e a ofereceu para nós.

“Vocês não podem comer nada que ofereçam pra vocês. Nada mesmo.”. Foi isso o que Argo disse no carro. Mas não fazia diferença, eu nem me lembrava como se amarra um cadarço, por que me lembraria de um conselho de vital importância?

Enfim, eu e Crazy pegamos um doce, e engolimos. Aquilo era ótimo, cara! Nem percebemos que Lara estava analisando o lugar todo. Crazy me chamou para ver um jogo. Coloquei os óculos 3D que estavam pendurados na bancada e passei meu mais novo cartão, e para meu deleite apareceu à mensagem “999 coins” na tela. Peguei a arma azul, e começamos a atirar nos zumbis mutantes malvados que queriam dominar o mundo.

Aviso apra os leitores:

fic show a fan fic
-adogooooo